Os jogos de RPG (Role Playing Game ou Jogo de interpretação de papel) surgiram em 1974 e desde então, foram uma alternativa aos jogos competitivos e limitados. O RPG é “um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar.”¹
Os jogos de interpretação de personagem são famosos entre seus adeptos pelo aspecto criativo, colaborativo e desafiador. Universos e realidades infinitas podem ser criadas para serem usadas como cenário, o que torna a abrangência desse jogo virtualmente infinita.
A popularização do RPG entre jovens nascidos na década de 80 no Brasil, moldou uma geração de jogadores adultos que descobriram que os jogos poderiam ir muito além de um hobby. O RPG já é usado em escolas, grupos de apoio e centros sociais como método de interação, aprendizado e colaboração entre os participantes.
O primeiro jogo de RPG publicado no Brasil foi o “Desafio dos Bandeirante”, pela GSA em 1992 e foi amplamente usado por professores da rede pública e privada de ensino como forma de abordar de uma maneira interativa a história do Brasil. Outro jogo que também fez sucesso na época foi uma versão adaptada de regras de um RPG americano (GURPS) para um cenário do Quilombo dos Palmares. O próprio MEC reconhece e incentiva o uso do RPG como método de ensino.
Veja um exemplo de aula real, proposto por uma professora do ensino fundamental usando o RPG:
Efeito estufa- RPG, aprendendo, recriando e refletindo:
No meio corporativo, os jogos de RPG podem ser tão bem explorados como no ensino escolar. Situações podem ser encaradas e resolvidas com o uso dos jogos. Personagens interpretados pelos funcionários podem refletir seus métodos de comportamento, atenção aos detalhes, proposta de soluções e colaboração com a equipe. Esse tipo de dinâmica ainda não é popular entre gestores e líderes de equipe, mas a tendência é uma mudança nesse cenário. Com o crescimento exponencial do ensino a distância, os jogos de RPG podem e devem ser explorados com a ajuda das diversas ferramentas que as empresas dispõem no mercado. As dinâmicas de grupo têm um enorme potencial se mescladas ou substituídas por jogos de interpretação de papel. Situações constrangedoras e problemas inesperados podem ser contornados pela interpretação dos participantes nas situação hipotética em que cada um exerce sua função ou até mesmo representando a função dos outros colegas.
O RPG é um jogo colaborativo, onde não existe vencedor. Para treinar funcionários em diversos assuntos, o RPG pode criar cenários onde os conhecimentos da equipe são colocados em desafio, sem a necessidade de uma situação real que pode gerar custos devido à erros. De uma simulação de vendas ao procedimento de segurança numa situação de emergência, o jogo dá liberdade de interação e infinitas tentativas de sucesso até a total compreensão de como lidar com as situações apresentadas.
O desafio e diversão do jogo é imaginar situações apresentadas como obstáculo, interpretar um personagem nessas situações e buscar uma solução baseado nas regras estabelecidas. Os resultados de uma sessão produtiva de RPG podem surpreender não apenas a equipe, mas toda a gestão da empresa.
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